sábado, 23 de fevereiro de 2013

0 quebra - pau escolar;



Na pacata Ring – Village, localidade cercada por outras comunidades como Koréia, Frog e Rebu, havia uma escola onde a educação tentava se impor formando alunos para a globalização, apesar da clientela difícil de se educar. Entre bombas no banheiro, brigas no pátio, guerra das maçãs no refeitório e pó de mico em sala de aula, as aulas iam transcorrendo com uma certa normalidade. Numa bela tarde de Primavera, uma jovem senhora entra pela escola bufando para tirar satisfação com uma aluna da unidade escolar, que teria roubado seu marido e estaria tendo um relacionamento amoroso com ele, mais conhecido na comunidade de Ring-Village como” Rambo de Senador Bagdá”. Segundo a história, as duas amada amantes se encontraram no pátio escolar após o término do recreio, e, após um bate-boca rápido acelerado, regado de palavrões, a briga do século começou: eram tapas, mordidas, puxões de cabelos, pernadas, tesoura voadora, raquetadas, dedo no olho, blusas rasgadas, seios à mostra, calcinhas de renda furadas à mostra etc... .A briga continuava, rolaram a escada, as unhas percorreram a geografia dos corpos adolescentes ao redor dos alunos que eufóricos gritavam, apostavam, faziam comentários enquanto outros incentivavam a luta corporal. Houve até alguém que armou uma banca de produtos pós briga como Gelol, pomada Minâncora, Mercúrio cromo, Merthiolate, toalhas quentes, enquanto outros vendiam protetor solar e Mate Leão por causa do calor primaveril .A luta continuava ferrenha; eram socos , pontapés... Um professor calvo como uma bola de bilhar, tentou apaziguar os ânimos; já um outro professor organizou a luta e fez soar o gongo do primeiro round. Neste intervalo um professor macrobiótico que já fora campeão “Peso Mosca” na juventude, orientava a sua aluna brigona. Um outro mestre orientava a intrusa escolar, enquanto um professor de Educação Física cercava o pátio com uma fita para formar um ringue .Soa o gongo e recomeça a briga: tapas e mais gente chegando. Como a direção tem muita fé, começou a orar fervorosamente para espantar dos corpos das pugilistas os espíritos maus que continuavam rolando e brigando pelo chão .Enquanto isto apareciam já os hematomas, pequenos cortes, os arroxeados. A diretora levou o seu quinhão, pois acabou levando um pontapé na coxa e ficou mandando e roxa; a coordenadora levou um pisão no pé e tinha acabado de pintar as unhas no salão. E a briga continuava... As brigonas exaustas, cambaleando no ringue improvisado. Foi aí que alguém lembrou de chamar a Guarda Municipal, chamar a P M , a polícia federal, a milícia local e, quando as forças da lei chegaram deram tiros para o ar, acertaram alguns com balas de borracha, outros com balas traçantes, outros atingidos por balas Juquinha, e, enfim a briga terminou. Uma brigona saiu mancando, a outra com um braço luxado e a espinhela caída, olho roxo e a costela trincada. 0s alunos foram para a sala de aula e a rotina voltou ao som de “Bandeira Branca” de Dalva de 0liveira. No chão, pingos de sangue, restos de uniforme escolar, sandálias com tiras arrebentadas. As pugilistas prometeram retomar a briga em breve. Quem viver verá !

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